quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Comissão Nacional da Verdade - Acho válido!


 Olá para todos! Há um bom tempo que eu não apareço por aqui... o Blog está quase órfão, coitado... Mas eu estou aqui para falar sobre um assunto um tanto o quanto perigoso, e, perdoem-me por não sabê-lo tão bem o quanto desejaria para poder escrever sobre o mesmo... Mas  o que vale é a intenção, e hoje eu estou com o espirio rebelde e sedento por inovação! "Vamo que vamo que o som não pode parar"!
 Estava eu, em pleno sábado passado, à meia noite, assistindo à TV quando me deparei com um debate interessantíssimo sobre a Comissão Nacional da Verdade na TV Senado. Estavam reunidos lá 2 cientistas políticos (um senhor e uma mulher), um representante dos militares (não me lembro ao certo se ele era um general da reseva já... perdão por isso...), um deputado do PT ligado aos direitos humanos e o líder do PSDB na Câmara (desculpem-me pela ignorância... Eu não me lembro dos nomes deles...).
 Falou-se sobre a Lei de Anistia, em que ciscunstâncias ela foi feita, se ela ainda é eficiente, se ela foi realmente boa para a época, etc; falou-se também da questão da tortura feita pelos militares; dos movimentos armados que mataram pessoas; se essa montagem de uma comissão para rever o que foi feito durante o regime militar de 1964-1985 é pertinente, se é somente um revanchismo da esquerda; se foi realmente um golpe. Discutiu-se também que tipo de pessoas deveriam participar da Comissão para fazer as pesquisas, quem deveria coordená-las, orientá-las... Várias questões pertinentes as quais eu darei rapidamente o meu parecer.
 Quanto à Lei de Anistia: o líder do PSDB na Câmara disse que ela foi perfeita para a época, por conta do clima de incerteza, instabilidade que existia na época. Disse que foi oportuna e promoveu pacificação. Certo. Opinião dele. Mas, o que a Comissão Nacional da Verdade quer é descobrir o que realmente aconteceu durante o regime militar, e, creio eu, isso não implica a revisão da Lei de Anistia (embora, na minha opinião, ela seja falha em muitos aspectos), então não é necessário alarde, preocupação ou revoltas quanto a essa questão.
 A cientista política ali presente disse que a tortura feita pelos militares, o uso de violência, foi uma opção dos militares, ela não era exigência e nem era inerente à ditadura, portanto. Já o representante dos militares disse que esta medida era necessária, era necessário o uso de violência mediante a situação em que o país se encontrava. Na minha visão, ditaduras são péssimas em qualquer circunstância, sendo elas com violência ou sem violência. E se ela foi usada como opção ou não, isso poderá ser avaliado com a Comissão.
 Quanto aos movimentos de luta armada, o representante dos militares disse que houve caso de terrorismo por parte dos militantes (ligações de ameaça, sequestros...), e que este ponto quase não se fala: não se fala das atrocidades cometidas pelos grupos de esquerda que também usaram da tortura para obter informações. Eu, pessoalmente, como não conheço muito deste ponto da ditadura, gostaria de sabê-lo. E creio que várias outras pessoas também.
  A certa altura da discussão, a mediadora/apresentadora, perguntou a um dos presentes (não me recordo quem) se é oportuno, se a nossa democracia estaria pronta para uma Comissão da Verdade. Não me lembro ao certo o que ele respondeu, mas foi a resposta da cientista política que me chamou a atenção. Ela disse que não se trata de um "momento oportuno" para fazer a Comissão, mas isso é, na verdade, uma obrigação do nosso Estado, sendo ele democrático. Ele deve isso à população. E, sinceramente, eu concordo.
  Num dado momento, o representante dos militares disse o que ele achava ser adequado à Comissão da Verdade quanto aos seus componentes. Ele disse que deveriam haver pesquisadores de direita e de esquerda de igual número para fazer as pesquisas e que uma entidade neutra deveria coordenar a pesquisa. A cientista política argumentou que este pensamento ainda é dos tempos de ditadura militar, em que de um lado está o bem, e de outro está o mal, caracterizando essa ideia de revanchismo da esquerda que os opositores à Comissão dizem existir. E ela interou que essa ideia é inútil, posto que estamos em uma democracia, e as pessoas comprometidas devem buscar a verdade acima de tudo. E é isso o que se vai fazer.
  Perto do fim da discussão, falaram sobre os arquivos que as Forças Armadas possuem sobre o regime militar, e se eles ainda existem, por qual razão as Forças Armadas não os mostram. A cientista política disse que as Forças Armadas, sendo uma instituição muito respeitada hoje em dia, com todo seu crédito, deveria mostrar esses documentos e reconhecer perante a sociedade que houve ajuda deles para com os militares e que aquela época passou, e eles não farão o que seus precurssores fizeram. E fazer isso para que o "fantasma" da ditadura militar não mais os cerque. O representante dos militares respondeu dizendo que as Forças Armadas não devem pedir desculpas à sociedade por algo que eles não fizeram e que não faz parte do tempo deles. Argumentou que a instituição mudou e também seus integrantes. Ela concordou neste ponto, e salientou que não seria um pedido de desculpas, mas sim um reconhecimento de uma verdade histórica.
 O que eu concluí, após assitir ao debate, é que a Comissão Nacional da Verdade, a despeito de qualquer posição política, é necessária para o desenvolvimento da nossa democracia. Ora, as famílias dos desaparecidos políticos merecem saber onde estão os seus parentes, ou seus possíveis paradeiros; se estão vivos ou mortos... Enfim, saber a verdade é fundamental para que a nossa democracia cresça e se consolide, e para que esse pensamento conservador de que "tudo está bem como está" e que isso é "revanchismo da esquerda" se esvaeça de vez e a verdade prevaleça. Doa a quem doer.
 E termino com uma frase dita pelo cientista político (é uma vergonha eu não me lembrar do nome dele e dos outros!) que, particularmente, achei muito interessante e verdadeira:
 "A História é o corpo da vida".

Agora vai aí abaixo para vocês alguns links que falam sobre Comissão Nacional da Verdade, só para a minha postagem não ficar tão vaga e para poderem ler com seus próprios olhos e tirar suas conclusões. Afinal, é pra discutir que estamos aqui, não?


O Globo:  http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/01/13/entenda-polemica-sobre-comissao-nacional-da-verdade-915516271.asp
Portal EcoDebate: http://www.ecodebate.com.br/2010/02/03/a-comissao-nacional-da-verdade-e-a-anistia-artigo-de-apolo-heringer-lisboa/
Correio da Cidadania: http://www.correiocidadania.com.br/content/view/4295/56/
 


.#>. Mariana .<#.
Força sempre!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Argumentos



Olá, puevo! Já faz um tempo que eu não passo por aqui pois, ah, eu confesso: a preguiça me consome! Por isso mesmo a Mariana, que é mais expressiva e perseverante do que eu, vai estar postando mais vezes; quando bater a vontade eu passo aqui... Mas hoje eu vim trazer pra vocês um capítulo  do livro "Assim falou Zaratustra", cujo nome é "Do novo ídolo", do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), onde ele expõe sua fortíssima crítica sobre o estado. Friedrich adotou uma filosofia extremamente pessimista, e esse pequeno trecho comprova-o; não cumpre, pois, se influenciar demais pela crítica supra-ácida dele, cumpre observar as semelhanças e ponderar sempre - como é costume dizer, toda regra tem sua exceção. Aí vai:




DO NOVO ÍDOLO


Ainda em algumas partes há povos e rebanhos; mas entre nós, irmãos, entre nós há Estados.
Estados? Que é isso? Vamos! Abri os ouvidos, porque vos vou falar da morte dos povos.
Estado chama-se o mais frio dos monstros. Mente também friamente, e eis que mentira rasteira sai da sua boca: “Eu, o Estado, sou o Povo”.
É uma mentira! Os que criaram os povos e suspenderam sobre eles uma fé e um amor, esses eram criadores: serviam a vida.
Os que armam laços ao maior número e chamam a isso um Estado são destruidores; suspendem sobre si uma espada e mil apetites.
Onde há ainda povo não se compreende o Estado que é detestado como uma transgressão aos costumes e às leis.
Eu vos dou este sinal: cada povo fala uma língua do bem e do mal, que o vizinho não compreende. Inventou a sua língua para os seus costumes e as suas leis.
Mas o Estado mente em todas as línguas do bem e do mal, e em tudo quanto diz mente, tudo quanto tem roubou-o.
Tudo nele é falso; morde com dentes roubados. Até as suas entranhas são falsas.
Uma confusão das línguas do bem e do mal: é este o sinal do Estado. Na Verdade, o que este sinal indica é a vontade da morte; está chamando os pregadores da morte.
Vêm ao mundo homens demais, para os supérfluos inventou-se o Estado!
Vede como ele atrai os supérfluos! Como os engole, como os mastiga e remastiga!
“Na terra nada há maior do que eu; eu sou o dedo ordenador de Deus” — assim grita o monstro. E não são só os que têm orelhas compridas e vista curta que caem de joelhos!
Ai! também em vossas almas grandes murmuram as suas sombrias mentiras! Aí eles advinham os corações ricos que gostam de se prodigalizar!
Sim; adivinha-vos a vós também, vencedores do antigo Deus. Saistes rendido do combate, e agora a vossa fadiga ainda serve ao novo ídolo!
Ele queria rodear-se de heróis e homens respeitáveis. A este frio monstro agrada-lhe acalentar-se ao sol da pura consciência.
A vós outros quer ele dar tudo, se adorardes. Assim compra o brilho da vossa virtude e o altivo olhar dos vossos olhos.
Convosco quer atrair os supérfluos! Sim; inventou com isso uma artimanha infernal, um corcel de morte, ajaezado com adorno brilhante das honras divinas.
Inventou para o grande número uma morte que se preza de ser vida, uma servidão à medida do desejo de todos os pregadores da morte.
O Estado é onde todos bebem veneno, os bons e os maus; onde todos se perdem a si mesmos, os bons e os maus; onde o lento suicídio de todos se chama “a vida”.
Vede, pois, esses supérfluos! Roubam as obras dos inventores e os tesouros dos sábios; chamam a civilização ao seu latrocínio, e tudo para eles são doenças e contratempo.
Vede, pois, esses supérfluos. Estão sempre doentes; expelem a bilis, e a isso chamam periódicos. Devoram-se e nem sequer se podem dirigir.
Vede, pois, esses adquirem riquezas, e fazem-se mais pobres. Querem o poder, esses ineptos, e primeiro de tudo o palanquim do poder: muito dinheiro!
Vede trepar esses ágeis macacos! Trepam uns sobre os outros e arrastam-se para o lodo e para o abismo.
Todos querem abeirar-se do trono; é a sua loucura — como se a felicidade estivesse no trono! — Freqüentemente também o trono está no lodo.
Para mim todos eles são doidos e macacos trepadores e buliçosos. O seu ídolo, esse frio monstro, cheira mal; todos eles, esses idólatras, cheiram mal.
Meus irmãos, quereis por agora afogar-vos na exalação de suas bocas e de seus apetites? Antes disso, arrancai as janelas e saltai para o ar livre!
Evitai o mau cheiro! Afastai-vos da idolatria dos supérfluos.
Evitai o mau cheiro! Afastai-vos do fumo desses sacrifícios humanos!
Ainda agora o mundo é livre para as almas grandes. Para os que vivem solitários ou aos pares ainda há muitos sítios vagos onde se aspira a fragrância dos mares silenciosos.
Ainda têm franca uma vida livre as almas grandes. Na verdade, quem pouco possui tanto menos é possuído. Bendita seja a nobreza!
Além onde acaba o Estado começa o homem que não é supérfluo; começa o canto dos que são necessários, a melodia única e insubstituível.
Além, onde acaba o Estado... olhai, meus irmãos! Não vedes o arco-iris e a ponte do Super-homem?”
Assim falava Zaratustra.


Alguma semelhança...




Obs: Essa história de Super-homem é um detalhe da filosofia de Nietzsche que não merece destaque. Eu não estou aqui pra  defender nada em especial.


Tá aí!



















quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Pra não dizer que não falei das flores...




 2009 foi um ano ímpar. Não só pelo fato de 2009 ser realmente um número ímpar, mas porque muitos fatos marcaram nossas vidas. E citarei alguns que me lembro.
  Comecemos pelos fatos bons. Pela primeira vez na História dos EUA um presidente negro foi morar na Casa Branca. Sim, falo da posse de Obama – o Barack. O sonho de Martin Luther King tornou-se realidade, com algumas controvérsias, é claro, como o envio de mais soldados ao Afeganistão e o fato de ele ter dito que às vezes a guerra é necessária – mas venceu-se um dos preconceitos mais arraigados.
  Nossa Economia surpreendeu a todos, pois enquanto o mundo se recuperava da Crise de 2008, o Brasil não sofreu com ela e se destacou na Economia Mundial. E, para a infelicidade de alguns, tivemos que concordar com o discurso de Lula: a crise foi “uma marolinha” para nós.
Conquistamos a Olimpíada de 2016, que se realizará no Rio de Janeiro. Isso será muito bom, pois movimentará o comércio interno (“gringos”). Mas temos que tomar cuidado para não nos esquecermos, na época dos Jogos Olímpicos, que a miséria, a fome, a violência e a corrupção não descansarão só porque os Jogos estão acontecendo. Não podemos deixar de fazer o nosso papel: fiscalizar – e detalhadamente. Sim, Sr. Presidente, acredito que o papel de um bom cidadão é sim fiscalizar! E isso é feito através da informação.
  Mas, como nem tudo são flores, este ano vivenciamos os mensalões (do DEM, do tucano...), propinas, panetones, os Arruda ( Geyse, José Roberto...). Dinheiro na cueca, na meia (e “Vossa Excelência” vai voltar, viu gente?!); orações à “Santa Propina”. A farra das passagens aéreas, as verbas indenizatórias, o castelo do deputado. Discursos equivocados e mal-colocados do nosso presidente... Enfim, fatos lamentáveis.
  Neste ano também aconteceram muitos desastres naturais, como enchentes, tornados, fendas em estradas, acidentes, crimes descabidos e terríveis contra crianças (as agulhas), contra mulheres (aquele “médico” de meia pataca).
  Mortes que chocaram o mundo por conta de suas condições - no mínimo estranhas - como a morte de Michael Jackson, que comoveu o mundo todo; aquela atriz que morreu de ataque cardíaco (não me lembro o nome agora) com 32 anos. Ela atuou no filme “Recém casados”. A morte de Heath Ledger, que foi encontrado morto em sua casa, e atuou pela última vez em “Batman – o Cavaleiro das Trevas” como o Curinga. Entre outros, não menos importantes, que morreram.
  Tudo isso mostra que nós, brasileiros, apesar de sofrermos com todos estes fatos, estamos no caminho certo, porque a informação está sendo dada – o que não acontecia há 24 anos ou mais por conta da ditadura. E cabe a nós, às autoridades competentes, ao Judiciário fazer valer nossos direitos e deveres de cidadãos para mudar essa situação.
  Que venha 2010 e traga-nos muito mais coragem e atitude para denunciar e lutar pelo o que acreditamos.
  ATENÇÃO!: Ano eleitoral por aí. Vamos assistir às propagandas eleitorais – a todas – para podermos ponderar o que será melhor para o nosso país pelos próximos 4 anos a partir de 2011. Que nós saibamos escolher sem ufanismo nem falta de senso crítico. Escolhamos com consciência!
É isso aí!


.#>. Mariana .<#. 
Força Sempre!
Feliz Ano Novo!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

"Tempos Modernos", por Lulu Santos.



 Gosto, beleza e opinião são algumas das coisas da vida as quais não são discutidas: apenas se gosta, aprecia-se a beleza e opina-se – ou não. Mas, em todos os casos, há apenas uma coisa que deve ser levada em consideração, independentemente do gosto e da opinião: o respeito entre as diferenças e os diferentes.
 Explico-me melhor: há pessoas que gostam de Monet – e há pessoas que gostam mais de Picasso. Há pessoas que detestam ambos – ou gostam de um outro, Da Vinci, por exemplo. Há pessoas que gostam do PT; há pessoas que gostam do PSDB; e há pessoas que gostam de outro partido – ou até preferem não preferir nenhum partido (como eu – prefiro o Brasil).
 E, em se tratando de música, estilos musicais, algo tão plural, diversificado e democrático como a opinião, há pessoas que preferem o pop ao rock, ou o contrário (como é o meu caso, diga-se de passagem). Mas não devemos desrespeitar nem o estilo musical e nem a opinião de ninguém. E muito menos desrespeitar o que um estilo musical representa ou representou para uma certa época e uma certa sociedade. Isto é o que Lulu Santos, com toda a sua experiência de vida, parece não saber – ou ignorar.
 Eis o que este senhor declarou (Folha de S. Paulo, 21/12/09): “O rock é um engano, um erro que lesa a humanidade”.
 Respeito a opinião deste senhor, mas não concordo com o erro (aí sim) que ele cometeu ao proferir esta frase. Ele, que estreou na década de 1980, não se lembra do que representaram as letras de Renato Russo? De Cazuza? São letras tão universais, tão engajadas com o seu tempo, que até hoje várias pessoas as escutam e concordam – ou seja, ainda são atuais. E isto, ao meu ver, não é lesar a humanidade. Muito pelo contrário. Ao menos para os brasileiros aquelas letras, aquelas músicas representaram (e ainda representam) a angústia e o desejo de quem as escutava. E dizer o que as pessoas pensam e sentem, falar o que elas desejam, é um erro?
 Se Lulu Santos queria se referir ao lema “sexo, drogas e rock’n’roll”, aí trata-se mais de questão de moral e (o que alguns julgam) bons costumes. Mas mesmo assim é um lema que só alguns que se deixaram levar, ou achavam que aquilo era o certo e o melhor para eles seguiam, e por isso não se pode desrespeitar desta forma um período de nossa história e a memória de tantas pessoas brilhantes – como, citando novamente, Renato Russo e Cazuza. O que fizeram de suas vidas foi escolha deles exclusivamente.
 Sei que minha mísera e insignificante opinião não representará nada ao senhor; e sei que não saberá desta opinião. Mas Lulu Santos, o senhor desceu em meu conceito, que já não era tão alto.
 O rock e qualquer outro estilo musical deve ser respeitado. Eu aprendi isso porque, embora não goste do estilo/ritmo calypso, eu o respeito, pois sei que é uma expressão de uma cultura de uma época de certo povo que, apesar de apresentar diferenças entre regiões, é o mesmo: o povo brasileiro.

Taí.


.#>. Mariana .<#.
Força sempre!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Negócio promissor

   Sabem o que são sindicatos? São como entidades que representam certo grupo de trabalhadores – garçons, por exemplo - ou os trabalhadores em si, como um todo. Logo, um sindicato é muito importante num país, já que é a voz de uma maioria com pouco poder aquisitivo, além de ser uma ótima representação de democracia, onde  todos tem direitos iguais.
   Mas a história nos mostra que tudo o que o ser humano faz na teoria, na prática a coisa escrabuncha.
   Ora, o Brasil é cheio de seres humanos, então as coisas andam ao contrário por aqui também. Prova disso é o fato de, a mais ou menos um mês, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) ir à cidade de Bertioga fundar dois sindicatos, e chegando lá encontraram 600 homens liderados pela Feticom ( Federação dos Trabalhadores na Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo) prontos para descer o pau caso a CUT efetivasse seus planos; essa não estava em desvantagem, pois levou umas 400 pessoas para se defender. É triste, porém isso daí se chama rivalidade entre sindicatos. Agora, as entidades que deveriam representar  a alma d’uma democracia estão sendo usadas por interesses pessoais.
   Qualquer um ficaria interessado nesse “mercado dos sindicatos” se visse as vantagens: sindicatos têm monopólio no setor em que atuam, ou seja, não podem haver outros que representem a mesma categoria de trabalhadores; a contribuição do trabalhador é obrigatória, o equivalente a um dia de trabalho por ano; é proibido fiscalizar sindicatos e eles não precisam prestar contas de seus gastos.
   Devido a tudo isso, montar tais entidades se tornou um negócio e tanto! O apoio a eles não poderia vir de ninguém senão dele; sim, o presidente. Lula fez com que 10% dos impostos arrecadados pelos sindicatos não mais fossem para o governo, e sim para as centrais sindicais. Feito que fez de Lula digno do apelido “paizão”.
   Veja só: em 2003, o TCU ( Tribunal de Contas da União) atestou que dos 137 milhões de reais enviadas a centrais sindicais pelo Planfor ( Plano nacional de Qualificação do Trabalhador), 30,6 milhões simplesmente "sumiram". O governo estadual decidiu investigar - a investigação do governo e do TCU foi possível, pois o dinheiro investigado advinha de verbas federais - um pouco o assunto e descobriu que havia irregularidades nos contratos e alunos-fantasma.

   A política de agradar a todos de Lula chegou ao ponto de dar abertura a práticas corruptas como essas; ao ponto de dar a pessoas aproveitadoras um dinheiro que poderia estar sendo usado para coisas mais úteis. A democracia Brasileira é mesmo coisa do passado - ou coisa que nunca existiu-, visto que agora vale até passar a perna nela e utilizá-la a favor de apoio político. Se Friedrich Nietzsche viesse ao Brasil, diria: "Vixi! Aqui, a democracia está morta."



Tá aí!
Vou fundar o SEBV ( Sindicato do Escritores de Blog Vagabundos) ... duplo sentido, hein...
   

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Para que serve a Lei, senhor Congressista?


"Sr. Smith, o júri o considera culpado de violar duas leis da nação. Também não deixei de perceber o fato de que agora o senhor está quebrando pelo menos uma Lei da Física" - Charge de Nick.
 

  Sabemos que aqui no Brasil várias leis, emendas constitucionais, normas, etc. são feitas a todo o momento. Isso significa que o nosso Congresso trabalha? Sim, certamente. Mas, se é para o bem da população, ninguém sabe.
  Citemos o caso dos vereadores paulistas que seriam cassados. A AIB (Associação Imobiliária Brasileira) foi acusada de funcionar como entidade de fachada do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário) para fazer doações a políticos. A AIB foi a segunda maior financiadora de candidatos em 2008 (R$ 6,5 milhões doados). A Lei Eleitoral (9.504/97) proíbe a doação de sindicatos e estabelece que, no caso de pessoas jurídicas, elas não podem ultrapassar 2% de sua renda bruta no ano anterior. O que aconteceu foi o seguinte: os vereadores primeiro conquistaram o direito de continuar no cargo, e depois a reforma eleitoral de setembro beneficiou condenados por falhas na prestação de contas que não foram mais cassados porque o juiz da 1ª Zona Eleitoral da capital, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, autor das condenações, levou em conta a nova regra. Ou seja: a nova regra beneficiou a quem?
  Um pequeno parêntese: Wadih Mutran, vereador paulistano do PP disse o seguinte: “Eu recebi o dinheiro em cheque nominal, tudo direitinho. Não foi por trás do pano nem nada. Se fosse por trás do pano, eu não estava passando por esse problema”. YES!
  É uma frase preocupante por dois motivos BEM simples e BEM compreensíveis. Número 1: ele foi acusado de ter recebido os recursos ilegalmente e se julgou inocente, sendo que disseram que era errado. Número 2: ele disse que se fosse realmente ilegal o que ele fez ele não estaria passando pela acusação, ou seja, ele insinua que já fez algo ilegal e não foi pego, e que isso é feito por outros também.
 Agora, valhamo-nos de outro exemplo... O caso da proibição ao jornal “O Estado de São Paulo” de não mais noticiar as ações do filho de José Sarney, nosso presidente do Senado. O Lula declarou que a ação do jornal foi errada alegando que o “papel da imprensa não é fiscalizar o poder, é informar”. Vejam só: vocês concordam comigo que informar é, de certa forma, fiscalizar? Porque o cidadão precisa saber o que seus governantes fazem, e sendo assim, ele fiscaliza. E como o cidadão fiscaliza? Através dos meios de comunicação, como a imprensa! Essa atitude para com o “Estado de S. Paulo” nada mais é do que cerceamento à liberdade de imprensa! E isso beneficiou a quem?
  Mais um... A verba indenizatória que os políticos recebem NÃO pode ser usada para publicidade de seus mandatos. R$ 8,02 milhões foi o total divulgado do gasto em setembro no Congresso, deles, R$ 1,8 milhão foi destinado para divulgação do mandato parlamentar, fora outros gastos ilícitos da verba, como para telefonia, transporte, hospedagem e alimentação. Eles descumpriram a norma que diz que é vetado o uso “eleitoral” da verba.
  Nosso presidente, Lula, vai para todos os lugares com Dilma, ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à presidência. O TSE já alertou uma possível antecipação da campanha. Lula e a ministra dizem que não, mas, por mais incrível que pareça, Dilma sempre fala dos projetos do governo quando viaja pelo país com Lula. Não é estranho?
  Enfim, o que quero mostrar com esses exemplos não é a ação de tal pré-candidato ou de tal pré-candidata, mas sim as ações dos nossos governantes e membros do Congresso que à toda hora violam leis e reformulam-nas para se beneficiarem delas. Não fazem leis para beneficiar, ajudar a população - fazem-nas pensando em si mesmos. Pode ser que eu esteja delirando, que eu seja uma idealista, mas para mim, isso não é uma democracia. Democracia não é um grupo de pessoas fazendo o que bem entendem com as leis quando lhes convém. E espero que quem acredita que o Brasil possa melhorar mais ainda concorde comigo.
  Parafraseando Cazuza: Brasil, qual é o teu negócio?


.#>. Mariana .<#.
Força sempre!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Saco cheio, mas com razão!

É verdade que no Brasil todo mundo está de saco cheio da questão da educação, vira-e-mexe alguém critica (como eu estou prestes fazer) ou simplesmente sai por aí praguejando. Mas se sabe que praguejar não é a resposta, é perder tempo em algo que é muito urgente e que precisa de uma solução. Por que urgente? Ora! Está já na boca do povo que o Brasil desponta como possível potência, até o Obama elogiou. Lula é o cara, lembram? Pois bem; vemos que fica meio contraditório o Brasil como potência e ao mesmo tempo o país com um dos piores índices nas provas internacionais. Seria, a grosíssimo modo, a mesma coisa que uma França péssima em termos educacionais. Aliás, sinônimo de desenvolvimento não é só “money”, é gente sabida também.



Um americano chamado Martin Carnoy, 71 anos, é um economista e tem se voltado para pesquisas na educação; ele veio ao Brasil em 2008 fazer uns estudos sobre nosso sistema de ensino público. Cabulosos os resultados dele. Segundo ele, nossos professores são, na grande maioria, desqualificados para o trabalho, visto que não conseguem passar ao aluno o conteúdo sem fazê-lo maquinalmente( ou seja, socar matéria na lousa duas aulas seguidas enquanto a classe só copia e depois dar uma explicação reles), de maneira muito simplificada e sem, à vezes, ele mesmo sequer entender sobre o que está falando. A falta de cooperatividade do professor com a escolha da faculdade limita o horizonte dos alunos, aí o Brasil perde a chance de ter grandes profissionais.


Não coloco a culpa nos professores!E sim no sistema educacional praticamente subdesenvolvido e pobre atual, totalmente incoerente com a boa imagem do Brasil no exterior; esses problemas são conseqüências de irregularidades do passado e desinteresse de mudá-las na atualidade, entretanto agora que a situação mudou, é preciso que o ensino mude. Bom exemplo de desleixo são as apostilas do estado. Caso aquelas apostilas fossem feitas com mais pressa, poderíamos distribuí-las pra toda a China, o problema seria o resultado. Esses dias eu fui à casa de meu primo e lá na mesa de estudos estavam as belezinhas, comecei a vê-las e li um pouco a de Biologia; uma das perguntas era sobre quantos pés, ou qual é a média de pés( não lembro!) da sala. Meu primo está no segundo colegial. Essa pergunta caberia numa sexta ou quinta série; aos 16 e 15 anos os adolescentes precisam ser treinados para o vestibular, estimulados a fazer uma faculdade, e talvez seja realmente difícil devido a fatores externos, mas tentar é de graça, graças a Deus.


Sabe-se que o Pré-Sal, uma camada de petróleo em mar Brasileiro, poderá render para nós grande lucro. Ta aí, portanto, uma hance. Vai entrar dinheiro e está quase todo mundo sabendo, o Lula viaja por aí pra garantir que saibam. Prometeu inclusive investir na educação. Ótimo, claro, desde que falar seja tão fácil quanto fazer, senão acontece o mesmo com o estado de SP: colocam na cara do povo uma miséria de qualidade.

O que eu estou tentando dizer é que os estudantes da rede pública merecem mais . Só que quem deve exigir isso são os próprios estudantes e as pessoas informadas, pois se depender dos governos, não se vai a lugar algum. Ninguém pode ser besta ao ponto de deixar o governo, estadual e federal, enfiar um ensino ruim nos alunos descaradamente.


Pode parecer que sou descrente no Brasil; pelo contrário, sou muito crente, só que ele ainda não me surpreendeu. Enfim , isso é um assunto extenso, mas acho que me expressei bem. E, por favor, deem comentários e discutam; quando eu digo discutam é pra valer mesmo, fazer o circo pegar fogo.


Ta aí.

.>#.Fabiano .#<.